sábado, 18 de agosto de 2012

O ACASO

A tarde estava luminosa.
Ao descer a rua reparei que junto á porta do Pavilhão Polivalente de Odivelas um grupo de senhoras não disfarçavam a sua alegria. Dado que não tinha conhecimento de nenhum evento, perguntei o que se ia ali passar. Com um sorriso lindo e um olhar doce, assim me respondeu uma senhora, entregando-me ao mesmo tempo um papel. Está tudo ai no programa e fica desde já convidado a assistir.
Fiquei então a saber que se tratava da Festa de Encerramento do Ano lectivo da Universidade Sénior de Odivelas.Depois de ler o que constava o programa, parei um pouco para pensar se devia ficar ou ir embora.
Lembrei-me da minha mãe. Eu daria tudo para vê-la partilhar o seu generoso sorriso com aquelas senhoras, mas infelizmente não é possível.
Optei por ficar e sentei-me na última fila. A sala que estava quase composta, não demorou muito a que todos os lugares fossem ocupados e até havia pessoas de pé encostadas à parede. Isto promete, pensei:!
Pouco passava das 15 horas quando um elemento da Direcção, (informou-me a minha companheira da cadeira ao lado), subiu ao palco para os cumprimentos e agradecimentos habituais.
A seguir para proceder a abertura daquilo que seria o espectáculo, uma aluna muito sorridente e bem-disposta, anunciava a entrada dos vinte e cinco alunos do Grupo Coral da Universidade, da disciplina de Musica.
Gostei do que vi e ouvi. A maestrina, uma bonita jovem fez questão de dizer que prestavam uma homenagem à música portuguesa e simultaneamente ao sempre lembrado Zeca Afonso.
Alguns dos temas foram acompanhados com o cavaquinho tocado por três alunas e um adufe por um aluno.
Acabaram a actuação com o público a aplaudir de pé.
Seguiu-se uma demonstração da Aula de Defesa Pessoal. Impecável. Aqui se viu que a idade não lhes mete medo.
Mal terminaram, o palco encheu - se de alunos que frequentam a disciplina de Movimento Expressivo e Dramatização, mostrando que"Sonhar não tem Idade."
Achei que todos estiveram lindamente no palco. Pequenas representações bem conseguidas, muito alegres, muito coloridas como as  Odaliscas, as  Carvoeiras, o  Bailinho Sénior, ainda um momento musical muito terno - Recordar é Viver, outro contendo uma mensagem bem interessante e bem actual - Saúde do País.
Tambem gostei muito do Fado, bela voz, só foi pena a ausência da guitarra e da viola.
Admirei a cantora lírica. Vê-se que é o estilo de música que gosta de interpretar.
A Homenagem Intergeracional ,com a integração de jovens alunos que deviam de ter uns quinze anos, e frequentam a mesma Universidade.
Bonito o exemplo que nos ofereceram. Não menos bela foi a canção que  cantaram - Música no Coração, mostrando que é possível juntar idades para fazer o que se queira.
Aproximava-se o final.
Tinham terminado as apresentações. Todos voltaram ao palco para receberem os merecidos aplausos pelo trabalho que fizeram durante o ano lectivo, pela alegria que demonstraram, sensibilizando todos os que estavam a assistir, como foi o meu caso.
Eu seguia atentamente o programa que tinha nas minhas mãos. Faltava apenas a entrega dos diplomas a todos os alunos, com a presença das Senhoras Directora da Universidade, e Presidente da Camara de Odivelas, e fazer as respectivas fotos, porque certamente este momento é sempre único, embora se repita todos os anos, como me dizia a senhora que estava sentada ao meu lado.
 Seguia-se o beberete, mas como a festa lhes pertencia, discretamente saí, e no meu percurso até a casa dei comigo a pensar:.
Linda e bela lição que eu tirei desta três horas em que estive ali sentado, a ouvir e a ver, pessoas que se dizem da terceira idade, mas que escolheram envelhecer com qualidade.
Eu diverti-me, eu ri e em muitas ocasiões também me emocionei.
Só envelhece quem não convive, foi esta a minha conclusão final.
Espero quando chegar à idade destas lindas pessoas, possa também eu presentear os outros, tal como hoje fui presenteado.

Bem hajam a todos os alunos, professores e corpos gerentes desta Universidade Sénior.

Escrito por
Aline Rocha

Julho de 2012

domingo, 8 de julho de 2012

Aqui fica mais um pequeno trabalho meu.
Há muito que não pintava e apeteceu-me,para quebrar um pouco a rotina da escrita.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

PROSA

Dois livros que escrevi com muito carinho e alguma imaginação.
PÔR DO SOL - Este homem de 95 anos,apesar de viver só,
mantem o equilibrio atraves da amizade,da alegria que dá e recebe,
na admiração que tem pela natureza e deslumbramento pelo mar.
ENCANTO E SAUDADE - Joaninha como era conhecida,recorda tempos de juventude
neste que foi o seu primeiro livro,com a mesma ternura com que o escreveu
há cinco décadas.


POESIA

Aqui ficam os meus dois livros de poesia
ACREDITAR E MOMENTOS DE POESIA.



quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

RECORDAR


 Recordo a vida, a minha estrada         
Onde caminhei sozinha
Mas tambem acompanhada.
Encontrei a essência de ser mulher
Soube quase sempre o que fazer.
Amei, perdoei, sonhei, sofri
Adiei, investi.
Desbravei e descobri
Umas vezes ganhei
Outras vezes perdi.
    Realizei sonhos
De quase todos os tamanhos.
Encontrei a felicidade
Ilusão ou realidade?- Não sei!
   No percurso,
Desviei pedras,
Umas grandes, outras pequenas
Encontrei obstáculos
Ultrapassei-os com atenção
Ganhei um coração!

     Cansada,
Continuo a caminhar
Sei que não posso parar,
  Olho para tráz
A estrada que era longa
Está a encurtar
São tantas as curvas
Que tapam minha visão
Meu Deus! Que sensação!
Cansada, e mesmo assim
Continuo, mas devagar
Sem pressa de chegar.
Mas eu insisto, não desisto
Mesmo com esta idade
Quero chegar mais longe
Mas é difícil de andar,
Nesta dureza da vida
Eu não vejo outra saída
Sei! Está quase a terminar.
    Olho para traz entristecida
Porque já quase não vejo
Aquela que foi
A estrada da minha vida.
Aline Rocha Janeiro de 2012








quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Hospital - BEATRIZ ANGELO - Loures

O nosso concelho foi premiado com um novo hospital,ao qual foi dado o nome de


                     Carolina Beatriz Ângelo
Afinal quem foi esta senhora?
Médica, lutadora sufragista e fundadora da Associação de Propaganda Feminista, foi a primeira mulher a votar em Portugal, embora vivesse num país em que o sufrágio universal só seria instituído passados mais de sessenta anos, ou seja, depois do 25 de Abril de 1974.

O voto depositado nas urnas para as eleições da Assembleia Constituinte, em 1911, pela médica Carolina Beatriz Ângelo, constitui um episódio deveras exemplar de luta pela cidadania e pela emancipação da situação das mulheres em Portugal, numa altura em que o direito de voto era reconhecido apenas a "cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família".

Invocando a sua qualidade de chefe de família, uma vez que era viúva e mãe, Carolina Beatriz Ângelo conseguiu que um tribunal lhe reconhecesse o direito a votar (à revelia) com base no sentido do plural da expressão ‘cidadãos portugueses’ cujo masculino se refere, ao mesmo tempo, a homens e a mulheres.

Como consequência do seu acto, e para evitar que tal exemplo pudesse ser repetido, a lei foi alterada no ano seguinte, com a especificação de que apenas os chefes de família do sexo masculino poderiam votar.

Carolina Beatriz Ângelo foi assim, também, a primeira mulher a votar no quadro dos doze países europeus que vieram a constituir a União Europeia (até ao alargamento, em 1996).

Subitamente, a 3 de Outubro de 1911, com apenas 33 anos, morreu ao regressar de uma reunião política, com a consolação de ter vivido muito em pouco tempo e de se ter entregado a causas que considerava justas, independentemente dos dissabores, incompreensões e desilusões. Deixou escrito que queria um enterro civil e dispensava a família, sobretudo a filha, de usar luto.


Cem anos depois, deparamo-nos com uma cidadã de plena actualidade: profissional competente, cidadã empenhada, mulher interventiva, crítica e conspiradora. A pioneira sufragista é recordada, enaltecida, estudada, divulgada e celebrada retomando o seu lugar na História através da exposição que o Museu da Guarda apresenta,cidade onde nasceu a 16/4/1878.

(Toda esta informação retirei  da internet.)

Presto-lhe assim a minha homenagem
Aline Rocha












ATRIZ ANGELO