quarta-feira, 23 de novembro de 2011

MEU PAI - MEU VELHO - MEU AMIGO

Esta maravilhosa frase, fáz parte de uma canção de Roberto Carlos. Para mim, ela é actual e cheia de carinho. Ela encerra toda a verdade.Com ela me identifico.
Meu pai
– Porque lhe devo a minha existência.
Meu velho
– Porque o peso da idade já se fáz sentir. Custa-me saber que a audição já é quase nula, por isso o diálogo é quase inesistente. Este é o sentido que mais o afecta e o deixa mais triste.Tambem o andar é dificultado pelos problemas ósseos nos membros inferiores.Ajuda-o, uma bengala que ele muito estima.
Meu Amigo
- Porque foi ele, o meu ponto de referência, dele recebi apoio e conselhos ao longo da minha vida.Ele sabe ouvir, sabe aconselhar e até sabe sofrer em silêncio.Para ele tudo está bem.Ele adora estar em familia e confessou-me que tem pena de morrer.

Pai! está a fazer 87 anos.
Sempre me diz que não quer prendas, mas não vira a cara a uma caixinha de chocolates! Há! Como eu sei que gosta de goluseimas!
Mas o pai tem razão. Não é o pai que recebe a prenda no dia do seu aniversário, sabe quem é? Sou eu!
O pai oferece-me a sua presença. Tenho a possibilidade de olhar para esses olhos cheios de ternura, de o ouvir dizer palavras bonitas, de lhe falar, de trocarmos os nossos carinhos, de sentir as suas mãos afagando o meu rosto acompanhado do seu sorriso, quando nos cumprimentamos.
Costuma dizer também uma frase que é assim:
Que Deus me dê mais um ano e eu fico contente.
Meu pai, os meus votos são: Que Deus lhe conceda o seu desejo por muitos mais anos, com a lucidez e com a mesma vontade de viver que tem neste momento.
Por si, fico muito feliz.
Um terno beijo de alguem que o ama muito.


Sua filha - Aline











Quando  agarro as suas mãos
Trémulas e deformadas
Tenho a mesma confiança
De quando eu era criança
Afagando as minhas mágoas.

Seu fio de cabelo branco
Com brilho e seu encanto
São trilhos de formosura,
São juventude de medos
Que eu acaricio com ternura
Com a ponta dos meus dedos.





Pai
Estou feliz porque ainda o vejo
Nas suas faces dou um beijo
Abraço-o quando quizer,
No seu peito sinto a esperança
Nas palavras a confiança
Tenho muito que lhe agradecer.



























terça-feira, 1 de novembro de 2011

Minha Janela Inventada

Da minha janela inventada
Virada para o sol nascente,
Vejo borboletas a poisar
Crianças na rua a brincar
Água para toda a gente.

No céu,
Muitos pássaros a voar
A mesma canção, parecem cantar
Um deles…
Na minha janela poisou,
Acabou-se para sempre a guerra
Agora sim há páz na terra
Foi a mensagem que me deixou.

Então pensei:
As crianças serão felizes
Não importam as raízes
Os direitos serão iguais,
Nos olhos terão alegria
Na boca o pão de cada dia
Mais outras bençãos que tais.


Não há medos nem traições
A saude é bem cuidada
A vida é sossegada,
Há dignidade e fartura
Não há morte nem agrura
Há amor nos corações.


Depois,
Debrucei-me e não vi nada,
Busquei o que desconheço,e
Fiquei arrepiada,
Tudo não passou de um desejo
Um sonho, um lampejo
Porque afinal,
A janela
Era por mim inventada.


Aline -1/11/2011