terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

o grito

Vagueio pela rua, estendo a mão
Ninguem me conhece, que sensação
Sinto os meus braços esquecidos, e
Dos abraços então vividos
Apenas resta a recordação.
Subo e desço esta calçada
Vezes sem conta nem fim,
O que me resta… é nada,
Só gente a fugir de mim.
Procuro o que não encontro
Porque há o desencontro
Daquilo que eu sonhei ser,
Fui enganado e aliciado
Com promessas de prazer
Uma linda vida ter
Assim fiquei viciado.
Minha voz desapareceu
Afinal que valho eu?
Não consigo soltar um grito
Sinto o coração aflito
Perdi tudo o que era meu.
Sinto vergonha, sinto-me lixo
Choro por tudo o que perdi
Sinto o peso da sociedade
Que me olha como culpado,
Mas quando quis dizer não
Corria em contra mão
Fiquei vencido e cansado.
Mas juro que acredito
Que soltando este meu grito
Alguem o possa ouvir,
Haverá uma porta secreta
Que para mim esteja aberta
Para eu poder sair.
Se eu tenho de pedir perdão
Faço-o com muita emoção
Pelo que tenho feito sofrer
Tambem sofro e quis morrer,
O meu fardo é bem pesado
Espero ser perdoado
Quero de novo a vossa mão.




(Fiz este poema a um jovem que se perdeu na vida,e que teve a coragem de desabafar comigo a sua angustia)

Poema
Aline Rocha
2/2011

3 comentários:

  1. Aline
    Vai aparecer uma porta bem larga por onde possas saír, carregada de leveza e felicidades...
    Beijinho bem corajoso
    margui

    ResponderEliminar
  2. Guida, Obrigada

    Tambem espero que essa porta se abra, não para mim que sou muito feliz, mas para essa pessoa para quem escrevi o poema.

    Beijinhos

    aline

    ResponderEliminar
  3. Olá Aline,

    Lindo poema que dedicaste a este jovem. Parabéns!!

    Deus queira que tenha a sorte de encontrar uma porta aberta e que seja feliz.

    Beijinhos carinhosos.

    Patricia

    ResponderEliminar